Febre: sem medo mas sempre alerta!

Nesta última semana fiquei agoniada com uma febre que surgiu na minha filha de 1 ano e não passava. Confiei no 6º sentido de mãe e não hesitei em levá-la ao pediatra 2 vezes num intervalo de 6 dias, uma coisa que aprendi é que pesquisas na internet pioram muito minha preocupação por dois motivos:

- Na internet acabamos lendo casos raros e tristes

- As hipóteses são tantas que acabam criando um monstro na nossa cabeça, toda mãe quer saber logo o que o filho tem e a cada hipótese já imagino minha filha passando por todos os terríveis sintomas 

Então na dúvida, ligo logo pro médico e se ele está muito tranquilo, eu insisto.

Mas afinal, qual temperatura é considerada febre?

Valores normais de temperatura axial (medindo pela axila)

Tempo de permanência do termômetro- 5 a 10 min.

Temperatura axilar normal: 35,8 a 37 °C.

Média: 36 a 36,5 °C.

Estágios da Temperatura

Hipotermia: menor que 36°C

Nomortemia (normal): 36°C a 36.8°C

Febrícula ou estado subfebril: 36,8°C a 37.4°C

Estado Febril: 37.5°C a 38°C

Febre (hipertermia): 38°C a 39°C

(Fonte: http://pt.scribd.com/doc/54133930/PRATICA-HOSPITALAR)

O meu pediatra recomenda dar um ati-térmico para valores acima de 37.7°C, pela tabela acima isso ainda é considerado estado febril, mas como provavelmente a temperatura continuará subindo e o bebê está com mal-estar, não há motivo para esperar, então chegou em 37.7° já dou o remedinho! (Atenção: minha filha tem 1 ano, bebês menores devem ter cuidados especiais!)

Conheço algumas mães que quando colocam o termômetro e aponta 37°C elas já correm e dão remédio, isso não é nem estado febril e pode causar um diminuição da temperatura brusca da criança, desnecessário e nem um pouco recomendado pelos médicos.

Para que serve a febre?

As bactérias e vírus gostam de viver em temperaturas ao redor dos 36-37ºC. É o ponto onde eles são mais ativos. O aumento da temperatura corporal tem como objetivo atrapalhar as funções básicas dos invasores e também estimular a função das nossas células de defesa, que passam a funcionar melhor nessas temperaturas.

A febre também é um sinal de alerta que nos indica que algo de errado está acontecendo.

A maioria dos casos de febre tem origem viral e se resolve espontaneamente após alguns dias. O uso de anti-inflamatórios ou antipiréticos ajuda a reduzir a febre temporariamente, melhorando o bem-estar do paciente. Estas drogas não agem diretamente na causa da febre, portanto, não aceleram o processo de cura. A Dipirona (Metamizol) ou Paracetamol são habitualmente os medicamentos mais usados para baixar a febre.

Se a febre ajuda no combate às infecções, por que então baixá-la?

A febre é um sinal de defesa importante, mas ela não é indispensável no tratamento das infecções. Não há vantagens em deixar o paciente sentindo-se mal com temperaturas acima de 39,0ºC... Apenas como exemplo, para cada 1ºC de elevação na temperatura corporal há um aumento de 13% na demanda por oxigênio. Pacientes com doenças pulmonares podem não conseguir comportar este aumento do consumo de oxigênio pelas células.

Se temperaturas um pouco elevadas podem ajudar no combate aos invasores, quando acima dos 39,0ºC, este benefício parece desaparecer.

(Fonte: http://www.mdsaude.com/2009/01/o-que-significa-e-por-que-temos-febre.html# )

A polêmica do banho frio!

Se o objetivo é baixar a febre rapidamente, o melhor é usar esponjas úmidas com água morna (ao redor dos 20ºC) para molhar a pele do paciente. Quando a água em contato com a pele pode evaporar há mais perda de calor do que quando há submersão em uma banheira ou piscina.

A água muito fria pode causar constrição dos vasos da pele, diminuindo a perda de calor. Lembre-se, o importante não é esfriar a pele, mas sim facilitar perda de calor que vem do centro do corpo. O melhor mesmo é usar as esponjas, simulando uma grande sudorese.

Passar álcool na pele não ajuda em nada.

(Fonte: http://www.mdsaude.com/2009/01/o-que-significa-e-por-que-temos-febre.html# )

Perda de apetite! Pode deixar a criança ou o adulto sem se alimentar em caso de febre e indisposição?

Pode. Quem está febril deve ficar à vontade em relação ao apetite. Se sente fome, pode fazer uma bela refeição. Por outro lado, se estiver sem apetite, ninguém deverá obrigá-lo a comer. E isso vale inclusive para crianças, não importa a idade. Comer, numa situação de tremendo mal-estar, poderá provocar náuseas. Náuseas poderão levar ao vômito. E vômito poderá abrir a brecha para uma desidratação. Lembre-se: com o calorão da febre o corpo precisa de líquido e não o contrário.

(Fonte: leia neste link diversas perguntas sobre a febre: http://saude.abril.com.br/edicoes/0302/medicina/conteudo_391300.shtml?pag=2  )

Bom, entendendo um pouquinho mais de febre voltei a investigar (com o médico) a situação da minha filha, ouvi de muitas mães: - Está nascendo dentinho? É isso, tadinha!

Opa, peraí, nascimento de dente dá febre de uma semana? Resposta do pediatra: Não!

Aliás, nem é comprovado que febre alta tem ligação com dentes, veja só:

Nascimento dos dentes X febre

Um novo dente emergente pode mesmo aumentar levemente a temperatura corporal de um bebê com menos de um ano, mas estudos mostram que elas não costumam causar febre alta. Os sintomas podem ser sinais de problemas sérios como infecções virais.

Um estudo subseqüente acompanhou crianças entre seis e 30 meses com a mesma conclusão. Não houve ligação entre os dentes que estavam nascendo e temperatura corporal ou febre alta. “Antes dos pais atribuírem os sintomas ou sinais de doenças potencialmente sérias da criança com os dentes”, disse o primeiro estudo, “outras possibilidades devem ser eliminadas”.

(Fonte: http://hypescience.com/mito-febre-do-bebe-e-um-sinal-de-que-o-dente-esta-nascendo/ )

Hummm, então voltemos à situação da minha bebê:

Sintomas:

Estado febril, febre, febre, estado febril, febre, febre

Perda de apetite

Sede

Nariz com catarro

Olheiras

Pulmão limpinho, sem ruídos

Vida normal, brincando muito, choro na hora da febre, noites mal dormidas

Tudo isso depois de dois dias de tomar a vacina tetra viral.

Ahhh, então foi reação à vacina!!! Resposta do pediatra: Não!

- Tadinha, é uma gripe, vai passar! Resposta do pediatra: Não!

Febres até 3 dias geralmente são normais e não há motivo pra pânico! Acima disso devemos ter atenção especial, pois uma simples virose pode facilitar uma infecção respiratória.

Liguei pro médico no terceiro dia de febre e ele pediu exame de urina, é bom investigar tudo né? Mas o exame deu negativo e a febre persistia...

Já sentia minha filha bem abatida, até que no sexto dia o pediatra entrou com antibiótico e um diagnóstico de infecção das vias respiratórias (não vou citar o nome do remédio pois a intenção não é estimular a auto-medicação, e sim a insistência da relação mãe e pediatra.)

No dia seguinte a febre cessou, ela dormiu sem interrupção e estava bem mais disposta, mas a medicação deve ser tomada por 10 dias e o médico não ficou feliz em dar o remédio, ele explicou que quanto menos vezes a criança tomar, melhor, pois a bactéria fica resistente e cada vez mais difícil de exterminá-la, tendo que aumentar doses e composições.

Enfim, graças a Deus não aceitei que era uma gripe que passaria logo, ou o dentinho que estava nascendo, ou uma simples “virose” muito comum nessa época do ano (junho). O corpo humano é sábio e a febre alertava algo que o bebê não sabia comunicar, cabe a nós mães, consultar o médico e monitorar seu bebê até que ele fique bem!